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Diálise: o que é, como funciona e quando é indicada

Mulher sentindo dor nos rins enquanto médico a examina. grafismo
23 de setembro de 2025

7 minuto(s) de leitura

diálise rins Saúde tratamento renal

Quando os rins deixam de funcionar como deveriam, a diálise ajuda a manter o corpo em equilíbrio e a qualidade de vida. Entender o tratamento é o primeiro passo para encarar essa etapa com mais confiança e tranquilidade.

Neste artigo, você vai ler:

O que é diálise

A diálise é uma terapia que assume certas funções dos rins quando eles perdem grande parte de seu funcionamento. Ela remove toxinas e excesso de líquidos, ajuda a controlar a pressão arterial e a manter o equilíbrio de sais minerais no organismo.

É importante entender que a diálise não cura a doença renal, mas permite que o paciente continue vivendo com segurança e controle. Para muitas pessoas, ela é uma ponte até o transplante de rim. Para outras, torna-se um tratamento contínuo.

Como a diálise funciona

A ideia é simples: filtrar o sangue para retirar aquilo que os rins doentes já não conseguem eliminar. Isso pode ser feito com máquinas e filtros especiais (hemodiálise/hemodiafiltração) ou usando a membrana do próprio abdômen como filtro natural (diálise peritoneal).

Tipos de diálise

Hemodiálise (HD)

É o método mais conhecido. Nesse tratamento, o sangue sai do corpo por um acesso vascular, passa por um filtro (dialisador) numa máquina e retorna limpo.

Esse procedimento costuma ser realizado em clínicas especializadas, 3 vezes por semana, por cerca de 3 a 4 horas por sessão. Com organização e apoio da equipe, muitas pessoas mantêm rotina ativa de trabalho, estudo e família. Com o tempo, o processo se torna familiar, e a adaptação tende a ser positiva.

Hemodiafiltração (HDF)

A Hemodiafiltração (HDF) é uma modalidade avançada da hemodiálise que combina duas formas de limpeza do sangue para ampliar a remoção de diferentes toxinas. Em termos práticos para o paciente, a sessão ocorre na clínica, com a mesma frequência da HD, mas utilizando equipamentos e insumos próprios para HDF.

Possíveis benefícios da HDF – podem variar de pessoa para pessoa e dependem da indicação médica:

•            Remoção ampliada de impurezas que podem contribuir para mal-estar, coceira e cansaço;

•            Tolerância potencialmente melhor às sessões em alguns casos;

•            Opção terapêutica adicional quando a equipe entende que pode trazer vantagens clínicas.

Importante: a indicação da HDF é individualizada e depende da avaliação médica, da disponibilidade na unidade e da cobertura do plano/convênio.

Diálise Peritoneal (DP)

Na Diálise Peritoneal (DP), o filtro é o peritônio (membrana que reveste o abdômen). Desta forma, uma solução própria é introduzida no abdômen por um cateter, “puxa” as toxinas e o excesso de água e depois é drenada.

A DP pode ser feita em casa, com treinamento e higiene rigorosa, de duas formas:

•            Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua (CAPD): é realizada manualmente, com o paciente fazendo de três a cinco trocas de líquido por dia, cada uma levando cerca de 30 a 40 minutos. O processo utiliza a gravidade, sem necessidade de máquina, o que permite mais liberdade para atividades diárias entre as trocas. Essa modalidade oferece flexibilidade de horários, mas exige disciplina e rigor na higiene para reduzir o risco de infecções, como a peritonite.

•            Diálise Peritoneal Automatizada (DPA): acontece durante a noite, enquanto a pessoa dorme, por meio de um equipamento chamado cicladora, que realiza automaticamente as trocas de líquido por cerca de oito a dez horas. Pela manhã, o paciente se desconecta e fica livre de trocas durante o dia, o que é conveniente para quem trabalha ou estuda. No entanto, essa opção requer energia elétrica, um espaço limpo para o aparelho e treinamento para lidar com eventuais alarmes ou imprevistos.

Quando a diálise é indicada?

Geralmente, a diálise é indicada nos estágios mais avançados da Doença Renal Crônica (DRC), quando a função dos rins está muito reduzida e surgem sintomas ou alterações nos exames.

Alguns sintomas comuns que podem indicar a necessidade de iniciar a diálise incluem:

•            Cansaço sem explicação, perda de apetite e náuseas;

•            Inchaço em pés, tornozelos ou rosto;

•            Pressão alta difícil de controlar;

•            Mudanças na urina (espuma, cor, quantidade);

•            Coceira persistente.

Diante das alterações apresentadas e da presença desses sintomas, o médico irá avaliar o quadro clínico completo para determinar a necessidade e o momento de início do tratamento.

Hemodiálise, HDF ou Diálise Peritoneal: qual escolher?

Não existe uma solução que seja melhor para todos de uma maneira geral. A escolha deve considerar condições clínicas, estilo de vida, preferências pessoais, apoio familiar, disponibilidade na unidade e cobertura do convênio.

Confira as características gerais de cada tratamento:

•            Hemodiálise (HD): tratamento em clínica, com equipe acompanhando de perto;

•            Hemodiafiltração (HDF): alternativa da HD que pode ampliar a remoção de impurezas e oferecer benefícios adicionais em casos selecionados;

•            Diálise Peritoneal (DP): mais autonomia e flexibilidade para quem pode e deseja tratar em casa.

A decisão é compartilhada entre cada paciente e sua equipe de saúde.

Cuidados e qualidade de vida durante a diálise

Viver em diálise exige ajustes, mas não impede a realização de planos. Com apoio e informação, é possível viajar, trabalhar, estudar e conviver com qualidade. Para isso:

•            Siga as orientações médicas e de enfermagem;

•            Mantenha higiene rigorosa (essencial na DP);

•            Adote alimentação e uso de líquidos conforme prescrição;

•            Compareça às consultas e exames;

•            Avise a equipe sobre qualquer novo sintoma.

Dica: converse com sua equipe sobre exercícios, vacinação e saúde emocional — tudo isso faz diferença no bem-estar.

Conclusão

A diálise é muito mais do que um tratamento: é uma oportunidade de continuar vivendo com saúde, acolhimento e dignidade. Embora envolva desafios e mudanças, ela representa também uma nova fase e, com informação, acompanhamento adequado e cuidado diário, essa jornada pode ser vivida com autonomia e esperança.

Se você está passando por essa experiência ou conhece alguém que esteja, saiba que informação é o primeiro passo para o cuidado. Converse com seu médico, tire dúvidas e busque apoio. Cuidar dos rins é cuidar da vida.

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Não ignore sinais como dor lombar persistente, alterações na urina ou inchaço. Quanto antes avaliar, maiores as chances de evitar complicações.

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Este conteúdo é informativo e não substitui a avaliação médica individualizada.

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