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Quando os rins deixam de funcionar como deveriam, a diálise ajuda a manter o corpo em equilíbrio e a qualidade de vida. Entender o tratamento é o primeiro passo para encarar essa etapa com mais confiança e tranquilidade.
Neste artigo, você vai ler:
- O que é diálise
- Como a diálise funciona
- Tipos de diálise
- Quando a diálise é indicada
- Hemodiálise, HDF ou Diálise Peritoneal: qual escolher?
- Cuidados e qualidade de vida durante a diálise
- Conclusão
- Agende sua consulta
O que é diálise
A diálise é uma terapia que assume certas funções dos rins quando eles perdem grande parte de seu funcionamento. Ela remove toxinas e excesso de líquidos, ajuda a controlar a pressão arterial e a manter o equilíbrio de sais minerais no organismo.
É importante entender que a diálise não cura a doença renal, mas permite que o paciente continue vivendo com segurança e controle. Para muitas pessoas, ela é uma ponte até o transplante de rim. Para outras, torna-se um tratamento contínuo.
Como a diálise funciona
A ideia é simples: filtrar o sangue para retirar aquilo que os rins doentes já não conseguem eliminar. Isso pode ser feito com máquinas e filtros especiais (hemodiálise/hemodiafiltração) ou usando a membrana do próprio abdômen como filtro natural (diálise peritoneal).
Tipos de diálise
Hemodiálise (HD)
É o método mais conhecido. Nesse tratamento, o sangue sai do corpo por um acesso vascular, passa por um filtro (dialisador) numa máquina e retorna limpo.
Esse procedimento costuma ser realizado em clínicas especializadas, 3 vezes por semana, por cerca de 3 a 4 horas por sessão. Com organização e apoio da equipe, muitas pessoas mantêm rotina ativa de trabalho, estudo e família. Com o tempo, o processo se torna familiar, e a adaptação tende a ser positiva.
Hemodiafiltração (HDF)
A Hemodiafiltração (HDF) é uma modalidade avançada da hemodiálise que combina duas formas de limpeza do sangue para ampliar a remoção de diferentes toxinas. Em termos práticos para o paciente, a sessão ocorre na clínica, com a mesma frequência da HD, mas utilizando equipamentos e insumos próprios para HDF.
Possíveis benefícios da HDF – podem variar de pessoa para pessoa e dependem da indicação médica:
• Remoção ampliada de impurezas que podem contribuir para mal-estar, coceira e cansaço;
• Tolerância potencialmente melhor às sessões em alguns casos;
• Opção terapêutica adicional quando a equipe entende que pode trazer vantagens clínicas.
Importante: a indicação da HDF é individualizada e depende da avaliação médica, da disponibilidade na unidade e da cobertura do plano/convênio.
Diálise Peritoneal (DP)
Na Diálise Peritoneal (DP), o filtro é o peritônio (membrana que reveste o abdômen). Desta forma, uma solução própria é introduzida no abdômen por um cateter, “puxa” as toxinas e o excesso de água e depois é drenada.
A DP pode ser feita em casa, com treinamento e higiene rigorosa, de duas formas:
• Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua (CAPD): é realizada manualmente, com o paciente fazendo de três a cinco trocas de líquido por dia, cada uma levando cerca de 30 a 40 minutos. O processo utiliza a gravidade, sem necessidade de máquina, o que permite mais liberdade para atividades diárias entre as trocas. Essa modalidade oferece flexibilidade de horários, mas exige disciplina e rigor na higiene para reduzir o risco de infecções, como a peritonite.
• Diálise Peritoneal Automatizada (DPA): acontece durante a noite, enquanto a pessoa dorme, por meio de um equipamento chamado cicladora, que realiza automaticamente as trocas de líquido por cerca de oito a dez horas. Pela manhã, o paciente se desconecta e fica livre de trocas durante o dia, o que é conveniente para quem trabalha ou estuda. No entanto, essa opção requer energia elétrica, um espaço limpo para o aparelho e treinamento para lidar com eventuais alarmes ou imprevistos.
Quando a diálise é indicada?
Geralmente, a diálise é indicada nos estágios mais avançados da Doença Renal Crônica (DRC), quando a função dos rins está muito reduzida e surgem sintomas ou alterações nos exames.
Alguns sintomas comuns que podem indicar a necessidade de iniciar a diálise incluem:
• Cansaço sem explicação, perda de apetite e náuseas;
• Inchaço em pés, tornozelos ou rosto;
• Pressão alta difícil de controlar;
• Mudanças na urina (espuma, cor, quantidade);
• Coceira persistente.
Diante das alterações apresentadas e da presença desses sintomas, o médico irá avaliar o quadro clínico completo para determinar a necessidade e o momento de início do tratamento.
Hemodiálise, HDF ou Diálise Peritoneal: qual escolher?
Não existe uma solução que seja melhor para todos de uma maneira geral. A escolha deve considerar condições clínicas, estilo de vida, preferências pessoais, apoio familiar, disponibilidade na unidade e cobertura do convênio.
Confira as características gerais de cada tratamento:
• Hemodiálise (HD): tratamento em clínica, com equipe acompanhando de perto;
• Hemodiafiltração (HDF): alternativa da HD que pode ampliar a remoção de impurezas e oferecer benefícios adicionais em casos selecionados;
• Diálise Peritoneal (DP): mais autonomia e flexibilidade para quem pode e deseja tratar em casa.
A decisão é compartilhada entre cada paciente e sua equipe de saúde.
Cuidados e qualidade de vida durante a diálise
Viver em diálise exige ajustes, mas não impede a realização de planos. Com apoio e informação, é possível viajar, trabalhar, estudar e conviver com qualidade. Para isso:
• Siga as orientações médicas e de enfermagem;
• Mantenha higiene rigorosa (essencial na DP);
• Adote alimentação e uso de líquidos conforme prescrição;
• Compareça às consultas e exames;
• Avise a equipe sobre qualquer novo sintoma.
Dica: converse com sua equipe sobre exercícios, vacinação e saúde emocional — tudo isso faz diferença no bem-estar.
Conclusão
A diálise é muito mais do que um tratamento: é uma oportunidade de continuar vivendo com saúde, acolhimento e dignidade. Embora envolva desafios e mudanças, ela representa também uma nova fase e, com informação, acompanhamento adequado e cuidado diário, essa jornada pode ser vivida com autonomia e esperança.
Se você está passando por essa experiência ou conhece alguém que esteja, saiba que informação é o primeiro passo para o cuidado. Converse com seu médico, tire dúvidas e busque apoio. Cuidar dos rins é cuidar da vida.
Agende sua consulta e cuide da saúde dos seus rins
Não ignore sinais como dor lombar persistente, alterações na urina ou inchaço. Quanto antes avaliar, maiores as chances de evitar complicações.
Encontre a unidade DaVita mais próxima de você e converse com um nefrologista. Cuidar dos rins é cuidar da vida.
Este conteúdo é informativo e não substitui a avaliação médica individualizada.